Passando pela mesma rua onde eu vi aquela Cherokee Sport, vi esse grandalhão:
Estava estacionado e não tinha nenhuma aglomeração em volta, nada do tipo. Mas me pareceu que continua exercendo sua função de ônibus de viagem, aparentemente bem conservado ainda. Já são quase trinta anos de estrada. Placas de Belo Horizonte/MG.
Centro, Rio de Janeiro - RJ.
Agora para tudo, porque essa foi uma das cenas mais apoteóticas desde que eu comecei a fotografar os carros que eu ia vendo pela rua:
Nesses quinze anos fotografando e escrevendo aqui, poucas foram as vezes que um carro passando foi tão maravilhoso. Eu já tinha visto a picape na oficina, no mês anterior. Já fiquei surpreso, porque desconhecia um carro desse na região. Mas ver rodando na rua é outra história, é seu hábitat natural. Só que foi tudo tão rápido, e ainda estava de noite, que eu só acompanhei com a cabeça, boquiaberto enquanto era transportado pra segunda metade dos anos cinquenta. Logo que recobrei minha consciência, resolvi apertar ao máximo meu passo, e tentar adivinhar onde seria sua próxima parada.
Andei até o posto mais próximo, olhei tudo e nada da Ranchero; fui até o segundo posto e nada também; comecei a caminhar na direção que eu achei mais provável, e foi quando ele passou por mim mais uma vez, mais rápido que antes, no sentido contrário ao meu; dessa vez, não hesitei e em vez de apertar o passo, comecei a correr mesmo. Pra minha felicidade, vi ele entrando no posto, e pensei que daria pra alcançar. Quando cheguei, tirei as fotos e ainda troquei uma ideia com o dono do carro, que voltava da conveniência com sacolas.
Não me contive e pedi que desse uma volta no quarteirão e me largasse em qualquer lugar, só pra eu passar pela experiência. Andamos mais do que um quarteirão, e a sensação é de fato exatamente o que eu imaginava. Tudo original, inclusive o motor seis-cilindros, tudo perfeito. E ainda tem uma hula-hula dançante no painel.
Trocamos contatos, fiz um amigo novo e acumulei mais uma experiência memorável. Simples, eu sei. Mas é a minha época preferida, e eu sequer vivi esses carros na rua. Já tive o prazer de andar em tantos outros carros dessa mesma época, e é sempre fantástico.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Era dia de eleição, já tinha votado e tinha acabado de estacionar pra ir almoçar com um amigo, quando vi isso aqui:
Achei muito interessante porque, além de não ser das configurações mais comuns em termos de D20, ainda está sendo usada como carro de trabalho, como evidencia o adesivo grande no vigia "Flores naturais" e a caixa com algumas flores lá dentro. Incrível como ainda tem as cinco rodas Jolly originais. Os bancos possivelmente sempre foram brancos, mas não tenho certeza. O fato é que estão limpíssimos, o que nem sempre acontece nesses casos pela dificuldade de mantê-los assim branquinhos e usar o carro, ao mesmo tempo. Não me lembro de ter voltado a ver, depois disso.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Eu olhei de relance e avistei uma Saveiro. Pensei por uma fração de segundo, voltei a ver e desconfiei que não era exatamente aquilo. Cheguei perto e tive certeza de que era uma Parati transformada:
O teto foi cortado da coluna B pra trás, e aparentemente o vigia foi instalado atrás dos bancos dianteiros, que foram os que sobraram. A tampa do porta-malas provavelmente foi soldada fechada e não abre nem fecha mais. No que passou a ser a área de carga, tinha também um cilindro de gás natural. O aspecto geral era de cansada, como de praxe nesses veículos que passam por essa adaptação. Mas ainda estava na ativa.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Estava em mais uma de minhas caminhadas, quando passei em frente à oficina onde eu vi uma Mercedes-Benz 170 1951, olhei lá do outro lado da calçada e não acreditei: como eu via a frente do carro, pensei ser uma Fairlane 1959, e evidentemente eu atravessei e fui direto lá sem pensar:
Pra minha surpresa, não era "só" uma Fairlane, mas uma Ranchero, mais rara ainda. Eu gosto demais das Ranchero dos primeiros anos, ainda grandalhonas e com toda a pompa e circunstância dos desenhos dos anos 50, ainda que fossem meras picapes de serviço derivadas de carros de passeio. E, como muitos de vocês já sabem, minha época preferida pra automóveis é a década de 50, especialmente o ano de 1959.
Não fazia ideia da existência dessa Ranchero aqui nas redondezas, e foi uma grata surpresa descobrir que é "moradora" daqui mesmo. Como estávamos nas proximidades do megaevento do Village Classic Cars, cheguei a achar que estava sendo aprontada por essa razão. Mas não era o caso. Maravilhosa!
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Do ano passado pra cá, comecei a ver essa picape rodando com bastante frequência:
É raro ver uma dessa no Brasil, uma vez que não foram importadas oficialmente. Essa foi a única que eu vi. O modelo era feito em parceria com a Chrysler numa cooperação entre as duas montadoras na época, antes da existência da Stellantis, e tinha aparência e mecânica naturalmente muito parecidas com a Dodge Dakota. A produção iniciou em 2005 e durou até 2009, sendo o exemplar das fotos fabricado mais pro final desse período. É usado normalmente no dia-a-dia, e teve o primeiro emplacamento no estado de São Paulo.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Caminhão já bem antiguinho pra quem ainda tá na ativa:
Ainda mantém sua aparência original e me lembrou muito outro D60 baú que eu fotografei aqui pela região também, em 2021. Muito legal ver os grandalhões rodando pra lá e pra cá ainda, cinquenta anos depois de saírem da fábrica.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Outro carro raro que volto a ver e fotografar:
Esse já apareceu aqui com fotos tiradas por mim em 2012 e 2019. Daí, cinco anos depois da última, lá está ele mais uma vez, sempre no uso, e novamente repintado. Antes era vermelho e preto, e agora tá todo vermelho; já as rodas, foram pintadas de preto. Curiosamente, a fotografia ficou muito parecida com uma das últimas que eu tirei, dele andando e exatamente de perfil. Adoro ver esse carro passar!
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Nada super especial, mas vale:
No trabalho ainda, como praticamente toda boa e velha Kombi, do mesmo ano dessa Furgão que eu vi no dia anterior, e bem conservada até, considerando sua vida como carro de serviço.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Segui minha caminhada e me deparei com isso:
Não era só uma picape Ford Maverick, mas uma com placas da Argentina, e ainda por cima com esse Supermini aqui do lado. Segui mais um pouco e tinha mais uma:
Essa já tinha placas brasileiras mesmo, do Espírito Santo. Não sei como é no geral, mas nos caminhos que eu faço, ainda vejo muito poucas dessa picape. Pra fechar essa parte:
Achei muito improvável uma Evoque pintada/adesivada quase que de azul Caiçara. Mas gostei. Me lembro que eu achei lindo esse carro, quando foi lançado.
Glória, Rio de Janeiro - RJ.
Picape rara e bastante simpática:
Nunca fui grande admirador desses carros, apesar de reconhecer sua importância histórica. Sua legião de entusiastas tem crescido cada vez mais nos últimos anos, juntamente com os preços praticados no mercado de usados. Primeiro emplacamento foi no Espírito Santo.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Eu não costuma trazer foto de miniatura aqui e nem é esse o propósito exato deste espaço, mas olhem que coisa mais querida:
Passeava em mais um sábado pela fantástica feirinha da Praça XV, quando me deparei com essa joia. Era uma miniatura, em escala aproximada a 1:12, totalmente feita à mão. Cocei a mão pra levar pra casa, mas acabei deixando lá. Me parecia inspirada na cor do carro abaixo, com as faixas e frisos de 1994, talvez.
Espetacular!
Centro, Rio de Janeiro - RJ.
E por fim, o último carro que eu fotografei nesse mesmo estacionamento:
Esse já não tinha tanta cara de abandonado, certamente está lá há menos tempo, apesar de já apresentar vários pontos de oxidação aparentes. Já tem inclusive placa cinza, diferentemente da Caravan Comodoro e do Jeep Willys. Incrível como ainda tem as rodas de ferro e calotas originais, grade original com a gravatinha, e até plaquetinha da concessionária Simcauto. Talvez pela pintura, pode já ter pertencido à frota da Light, mas longe de ter certeza. Fato é que um achado raro, não só pela cabine dupla menos comum, como por ser a álcool e ainda ter o motor original no lugar. Placa de Araruama/RJ.
Centro, Rio de Janeiro - RJ.
Comecei a ver recentemente essa picape aqui pela região:
Essa daí foi a primeira vez que eu parei e consegui fazer as fotos. Vim a conhecê-lo pouco tempo depois, quando o convidei e ele compareceu à exposição que organizei no shopping. Conversei com o dono do carro e gostei muito de saber que ele é jovem e que teve preferência por um baita carro desse em detrimento a um carro moderno, sem sal. Pintou da cor de sua preferência, fez o interior também conforme seu gosto, com banco marrom mas sem encosto de cabeça, rodas originais pintadas de preto, faróis modernos de led, e o resultado geral ficou muito bom.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Coisa rara, que por um tempo foi mensalista desse estacionamento:
Se bem me lembro, era do primo de um conhecido meu. Mas nunca cheguei a ver em detalhe, abrir, ligar. Muito legal, provavelmente não foram tantas que vieram. E provavelmente a maior parte dessas devia ser Chevrolet S10. Gosto muito dessa cor de vinho, e essa placa que tem as mesmas medidas da placa dos Estados Unidos, além da mesma fonte alfanumérica também dá outra cara.
Em 2019, vi outra dessa num encontro mensal do Cadeg:
Quantas será que existem ainda por aqui?
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Mais repeteco:
Essa Explorer eu tinha visto no Fundão, em 2022, e de lá pra cá teve algumas mudancinhas. Alguns emblemas e adesivos saíram e deram lugar a outros. O limpador traseiro aparentemente foi consertado. Faltava uma das calotinhas centrais das rodas. De resto, estava tudo do mesmo jeito. Legal demais ver um carro desse rodando assim.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Quem já passou por essa região e repara minimamente nos carros ao redor, certamente já viu esse aqui:
Não sei exatamente há quanto tempo, mas já tem uns bons anos que esse carro tá aí. O modelo nunca foi disponibilizado oficialmente pra venda aqui no Brasil, o que nos leva a concluir que veio por importação independente, podendo ser ou não de corpo consular. As rodas originais continuam no lugar, em que pese a ausência de uma das calotinhas centrais. Todos os emblemas e detalhes aparentam estar lá também, e os faróis de milha foram futucados e estão apontando pra lua. Chama a atenção também a oxidação aparente, devido à proximidade do mar, bem como o nível de blindagem, que parece maior que a média. Não faço ideia da história.
Ipanema, Rio de Janeiro - RJ.
Outro que estava naquele mesmo estacionamento:
Essa já parece que foi usada mais recentemente, a despeito da falta de um dos faróis. Cabine dupla, rodas esportivas, muito bonita. Símbolo de status em sua época. Não sei dizer se foi modificada por encarroçadora, prática bastante difundida naqueles anos. Pelas iniciais, já foi registrada no estado de São Paulo, e hoje tem tarjetas de Uberlândia/MG, cidade onde já morou a diva Pabllo Vittar.
Petrópolis - RJ.
