No canteiro central de uma avenida principal de Milão, onde os carros ficam estacionados, uma pacata Piaggio Ape parece abandonada em meio aos outros veículos:
Pros que não conhecem o carrinho, que não é vendido no Brasil, e é engraçado, é um interessante utilitário, ultracompacto e barato, que é solução pra quem não transporta muita carga e não tem capital para investir em um meio de transporte maior. Fabricado desde 1948 até hoje, tem motor de motocicleta, três rodas e até um guidão central, em vez de volante. Pela sua aparência, recebeu o nome de "Ape" (abelha, em italiano).
Pois bem. Como o lugar era próximo de onde eu fiquei, na casa da minha tia, bem em frente ao supermercado, eu passei todos os dias por essa cena enquanto estive lá. Sabendo do meu blog e notando que eu sempre olhava ao passar, um belo dia ela me contou a história.
Um morador de rua, que sempre pede dinheiro durante o dia na porta do supermercado, adotou o carro abandonado como um lugar prá morar. Contou ainda que, segundo dizem, o senhor tem acesso a determinados alimentos, vendidos no local, com preço reduzido. Não entendi muito bem como funciona essa "parceria", mas enfim. Independente de estar ou não de acordo com a Constituição, o sujeito encontrou um lugar (bem apertado, é verdade) prá se proteger do frio no inverno.
Agora, a pergunta que não quer calar: de acordo com a lei, ele deveria pagar IPVA ou IPTU?
Em homenagem ao prezado leitor André Grigorevski, aqui vão mais dois Passat, os que representavam o modelo no evento de Campos dos Goytacazes:
Passat LS 1974 Amarelo Safari
Esse foi fabricado no ano em que o Passat veio ao Brasil, 1974! No princípio, era oferecido apenas com a opção de duas portas, nas versões L (Luxo) e LS (Luxo Super). O motor era o 1.5 de 65 cv. Original de tudo, o amarelo da foto tem até a placa preta de colecionador.
Passat LSE "Iraquiano" 1986
Em 1983, a frente do Passat passava a ter quatro faróis quadrados e o motor passou a ser o 1.6. Em junho de 1986, um excedente de versões do LSE destinadas ao Iraque foi oferecida ao mercado nacional. Apesar de possuir características diferentes do gosto brasileiro, como o estofamento vermelho, na maioria das unidades, e quatro portas, a aceitação pelo modelo foi muito boa, pois ele contava com itens de conforto como bancos Recaro e ar condicionado de série, por um bom preço. Possuía quatro marchas, justamente para facilitar a reposição de peças no Iraque. Como exigências do deserto, radiador de cobre e quatro ganchos de reboque (um em cada extremo dos pára-choques). O "Passat Iraquiano", como ficou conhecido, foi vendido no Brasil até o ano de 1987.
Em segundo plano, nessa última foto, é possível ver o que parece ser um Passat Pointer vermelho, também. Além deles, outro Passat amarelo, 1977, apareceu de intruso no post dos Maverick (clique AQUIpara ver).
E hoje tem flagra de carro antigo no interior de Minas, o que não é nenhuma novidade!
Como não poderia ser diferente, é um achado de peso! Quais dos leitores conhecem o Passat Flash? Aí está ele:
Foto meio "década de 80": Passat, Fusca e 147 em uma rua de paralelepípedo
detalhe: "Passat 1.8 Flash"
A versão é limitadíssima, uma vez que foram produzidas apenas 2.442 unidades. Seu preço era fixado entre o Passat GL e o Passat Pointer. Era oferecida em somente três opções de cor: Prata, Branco Alpino e Vermelho Royal (O material para publicidade ficou pronto antes que os fabricantes decidissem disponibilizar a cor Prata, portanto, em todas as propagandas que veicularam na época só constam as outras duas. Foi uma decisão meio "em cima da hora"). Vinha equipada de série com vidros verdes, parabrisa degradée, moldura dos vidros com frisos em preto, filete duplo na linha de cintura, rodas de aço com calotas, maçanetas pretas, retrovisores externos com controle interno, logotipo "Flash" na tampa e laterais traseiras. Como opcional, apenas rodas de liga leve. O interior também era diferenciado, com conta-giros e volante do Gol GTS e bancos personalizados.
A grande maioria dos Passat Flash saíram com as tradicionais rodas de aço e calotas, o que faz desse achado ainda mais raro, uma vez que está equipado com rodas de liga leve. Não dá prá ter certeza se estão lá desde zero-quilômetro, mas eu acredito que sim. Aparentemente, só os bancos não são originais. E o estado do carro é impecável. Parabéns a seu proprietário!
Belíssima colaboração de Rodrigo Cabral e Ana Cerizze, namorados que se lembraram do amigo blogueiro na viagem! Valeu pela recordação!
Caxambu - MG.
Duas propagandas de revista, de época, que apresentavam a versão:
"Um carro tão especial que não tem outro igual."
"Passat Flash. Classe e desempenho para poucos."
E, prá fechar, um vídeo recente com fotos de um Passat Flash totalmente original na terceira cor, que não constava nos anúncios, o Prata:
O Karmann-Ghia TC aparece pela terceira vez, sendo a segunda vez na cor vermelha. Apesar do tempo estacionado, parece ter muito de original, inclusive no interior. As rodas são esportivas, comuns na época, e tem alguns detalhes faltando, peças de acabamento em geral. O KG está à venda.
Complementando o post dos Ford do final da década de 20 que marcaram presença no evento em Campos, mostro a vocês mais um daquela família:
Segundo o autor da foto, o carro estava sendo paparicado na rua. Havia fotógrafos cobrando uma certa quantia aos turistas, principalmente, que quisessem tirar uma foto profissional ao lado do carro. Como não era o interesse do nosso colaborador, ele só fez o registro à distância, mesmo. Mas, sem dúvida, de um clássico do mundo automotivo.
Dois clássicos esportivos italianos da mais alta elite da década de 90, em uma exposição de carros no Brasil:
Simplesmente dois dos mais evidentes sonhos de consumo, não só quando eram novos, mas até os dias atuais. O ronco dos dois é algo descomunal, e a frase que encerra o vídeo não podia ser outra: "Parou o evento". As macchine, de fato, tiveram toda a atenção do público ao chegarem. Não era prá menos.
O assessor deste blog, Osvaldo Augusto, está em Paris e envia diretamente várias fotos de carros flagrados por lá. Prá começar, o segundo Triumph dessa lista de carros que fica sempre à direita dos posts:
Embora seu estado não seja lá essas coisas, também não se pode dizer que está mal cuidado, sobretudo se formos levar em conta os padrões europeus de conservação automotiva. Além disso, o interior parece inteiro e continua sendo um exemplar relativamente difícil de ser encontrado ainda em condições de rodar.
O modelo "Herald 13/60", fabricado entre 1967 e 1970, era oferecido nas opções Saloon, Convertible e Estate. Por algum motivo, no mercado francês, era conhecido como "Herald Britt". Ainda é possível ver o logotipo (pelo menos metade dele), que dá ao veículo essa identidade, afixado na tampa do porta-malas. O que mais chama a atenção é sua "cara de mau" e a posição dos retrovisores, a qual curto muito. Sai daquela mesmice. É um belo carro.
A ala dos mais antigos do evento tem representantes de muito respeito. Dois deles, 1928 e 1929, têm inclusive a placa preta, de colecionador, que indica quase ou 100% de originalidade. Apreciem os dois:
Ford A Phaeton 1928
a charmosa combinação de capota e interior bege
Ford A Roadster 1929
capota preta + interior preto
carroceria composta por uma linda combinação de cores, roda vermelha e faixa branca nos pneus
Mas, além deles, há ainda outros dois que aparecem na foto a seguir. Um, de traseira, em primeiro plano, e outro ao fundo:
Ford A Phaeton 1929
Achei clássica e elegante a cor marrom, e o detalhe da bagagem com os adesivos deu um toque de requinte. A capota abaixada fechou a conta!
Interessante é que todos eles são conversíveis...
O responsável pelas fotos? Valter Maciel, como todos já devem saber!
A propósito, ele já andou mandando fotos de um Ford 1929 conversível antes (clique AQUI e veja o post que essas fotos ilustram), mas aquele estava à venda, no Rio de Janeiro, capital!
Mais um flagra direto do twitter de um artista! Depois de David Brazil (@dddbrazil) clicar um Ford Galaxie 500 no Rio de Janeiro (veja AQUI o post) e Rodrigo Capella (@CapellaRodrigo) - do excelente Comédia MTV - um Dacon 828 em São Paulo (veja clicando AQUI), outro comediante, Tom Cavalcante (@TomCavalcante1) faz o maravilhoso registro:
"Sampa e suas raridades", complementa Tom
Domingo sempre aumenta as chances de vermos raridades passeando pela rua. Nas ruas de São Paulo, desfila esse Cadillac 1946 conversível, vermelho e com a capota abaixada. Mais uma linda cena de domingo!
Em 1991, a Nissan Motor Company completaria 50 anos e decidiu comemorar com a produção e o design de um carro muito limitado. A ideia era que fosse "muito especial e refletisse ao mesmo tempo estilo e qualidade". Assim nasceu o Nissan Figaro.
A montadora anunciou que seriam produzidos 8.000 unidades. Só que a demanda foi tanta que que foram feitos mais 12.000, totalizando 20.000. Os potenciais compradores deveriam participar de um sorteio para, então, adquirir a chance de comprar o novíssimo carro. Dezenas de milhares de bilhetes foram vendidos!
Confira as fotos, feitas por mim na famosa avenida Champs-Élysées:
Desenvolvido pelo designer Shoji Takahashi, o desenho de sua carroceria é retrô anos 50/60, com seu interior combinando. Isso se aliava a instrumentos como ar condicionado, bancos em couro e CD player retrô, trazendo conforto a seu condutor. A novidade japonesa foi introduzida em 1989 no "Tokyo Motor Show", sob o slogan "Back to the future".
Sua produção se concentrou toda no ano de 1991, entre fevereiro e setembro, e originalmente foi restrita ao Japão. Apesar disso, se tornou popular no Reino Unido e na Irlanda, e isso se explica pelo fato de todas as unidades do modelo terem sido fabricadas com a direção no lado direito. Estima-se que cerca de 600 foram importados ao Reino Unido. O simpático japonês chama a atenção por onde quer que passe e, claro, comigo não foi diferente. As condições para fotografia não eram das melhores, porém fiz o que pude prá conseguir registrar.
Um outro detalhe interessante é que havia 4 diferentes cores à disposição, sendo que cada uma equivalia a uma estação do ano: "Emerald Green" (primavera), "Pale Aqua" (verão), "Topaz Mist" (outono) [esta é a cor mais rara, com apenas 2.000 exemplares] e "Lapis Grey" (inverno) [a cor do carro que ilustra esse post]. Curiosamente, o compacto não ostenta o logotipo da Nissan.
Paris, França.
Prá completar, vale dizer, a título de curiosidade, que Eric Clapton possuiu um desse. O holandês Robin van Persie, jogador de futebol do Arsenal, é um feliz proprietário de um, na cor "Pale Aqua", e inclusive já postou uma foto em seu perfil do twitter (@Persie_Official) ao lado do possante. Confira:
Triste fim para mais um Aero Willys que aparece aqui... Parece que esse ainda se encontra em situação pior que o outro (clique AQUI para ver e comparar).
Confiram:
O coitado ocupa uma vaga de um estacionamento no centro da cidade do Rio de Janeiro já há algum tempo e chama a atenção somente dos mais ligados em carros. Discreto, parcialmente debaixo de uma capa protetora, ele vê o tempo passar.
Depois de muitas vezes passar e olhá-lo, decidi entrar e perguntar a algum funcionário se sabia da sua procedência. Fiquei sabendo que pertence ao dono do estabelecimento. Acrescentou, de prontidão, com um sorriso no rosto, que nem adiantava eu perguntar se ele vende: a resposta será terminantemente negativa. Não era a minha intenção, de qualquer forma.
Acaba que a cena dá tristeza, parece até um prisioneiro em sua cela.
A década de 70 estava em peso no evento, assim como nesse blog também!
Dois Puma representando a marca foram clicados:
Puma GTS, com placa de colecionador. Capota baixada na foto, prá dar um ar a mais de esportividade no brasileiro, que ostenta ainda uma bandeira de seu país.
O outro é um GTB da primeira geração, que já teve um representante flagrado no blog, de 1976, ao lado de outros Puma e clássicos esportivos nacionais (clique AQUIpara ver esse post):
Muito raro de ser visto, essa unidade se encontra em bom estado e apresenta poucos detalhes não-originais, como o retrovisor prata e o detalhe na lateral da mesma cor, com um adesivo. Além disso, tem faróis amarelos inclusive. Nunca tinha visto um dessa cor.
Um detalhe muito interessante que eu reparei foi o número da placa que, talvez propositalmente, exibe a cilindrada de seu motor!