Sentados à mesa no restaurante, passou o primeiro:
Uma legítima Mercedes-Benz, de capota arriada, com seus quase trinta anos, mas sem aparentar toda essa idade. Carroceria branca com interior preto com detalhes em vermelho, rodas maiores de modelo mais novo da marca. Chamava atenção na rua! Curiosamente, o primeiro emplacamento foi no longínquo estado de Rondônia!
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Isso aqui não é todo dia que se vê:
Um conversível alemão, com quase vinte anos nas costas, visto no engarrafamento anda-para em plena manhã de quarta-feira. E de capota arriada, como não podia ser diferente. Pelo que se pode ver, ao menos a meia distância, tem pinta de carro de baixa quilometragem: carroceria impecável, belas rodas originais também em perfeito estado, tudo original ainda. Nunca tinha visto ou ouvido falar dessa por aqui. A julgar pelas iniciais, o primeiro emplacamento foi em Minas Gerais.
Desde quando comecei o blog, quase 15 anos atrás, só tinha fotografado duas BMW Z4, ambas mais modernas e ambas estacionadas e de capota fechada: uma branca, em Búzios, em 2011, e uma vermelha, em 2012, na Tijuca. Coincidentemente, as três em janeiro.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Já depois que o dia acabou, chegou a noite e fomos à reunião semanal do Veteran. Por lá, achei válido fazer os devidos registros de um britânico que eu já conhecia bem:
Impecavelmente perfeito, como todos os demais carros dessa mesma pequena porém notável coleção. Doze cilindros, conversível, nenhum defeito na pintura, no interior, capota, cofre do motor, interior, nada. A placa é a cereja do bolo e faz referência à nomenclatura desse modelo no mercado estadunidense: Jaguar XKE.
Lagoa, Rio de Janeiro - RJ.
Mais uma aparição daquelas. Primeiro passou por mim, e eu achei que ficaria só nessas duas primeiras fotos (o que nem seria tão mau assim):
É esse tipo de avistamento que me move e recarrega as energias pra continuar por aqui. Sabemos que há alguns carros mais comuns mas que tem algum diferencial e que por alguma razão merecem estar aqui. Mas decerto não causam o mesmo impacto que um carro como esse das fotos. Alguns flagras são hors-concours, como é o caso da Impala 73, da DKW 66 ou da Cadillac 47, pra citar exemplos mais recentes. E essa Mercedes eu jamais voltei a ver, foi só nesse dia mesmo.
A pintura preta dessa Mercedes parecia até um espelho, não vi um único detalhe. O interior marrom de couro parecia perfeito também. Quanto às rodas, voltaria pras originais. Esse episódio me fez lembrar que meu pai diz que, quando jovem, no início dos anos 80, ele via uma dessa, provavelmente muito parecida, que rodava sempre pela região, muitas vezes exatamente aí mesmo. O frisson que um carro como esse causava nessa época, de importações fechadas, devia ser algo além do imaginável.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Mais um carro que eu jamais havia visto e jamais voltei a ver:
Só vi essa Z3 nesse dia mesmo. Nem rodando nem parada por aqui, e também não me lembro de ver em encontros. Tenho reparado que é comum ver esses carros com rodas maiores e mais modernas. Não sou muito fã da ideia, as rodas originais de fábrica são tão lindas. Essa teve o primeiro emplacamento no estado de São Paulo.
Em 2013 eu vi uma branca nessa configuração, em 2021 uma preta também assim, e só lá em 2011 eu vi uma branca com as belas rodas originais. Estava à venda em uma agência de semi-novos, inclusive.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Mais um que eu só consegui pegar de relance, lá de longe:
Honestamente, esse não seria um tipo de foto publicável, se não se tratasse de um carro inacreditavelmente raro. Na verdade, eu quase não vi. Foi só o tempo de eu ver, pegar o celular e pegar de traseira. Não bastasse o canteiro atrapalhando a imagem, ele estava passando bem pelo poste também. Mas tudo bem, pelo menos o registro foi feito.
Jamais eu iria esperar que, em plena quarta-feira à tarde, passaria um dos 15 ou 16 Puma AMV conversíveis fabricados. Não sei de onde saiu, não vi em nenhuma outra ocasião. Não me lembro de ter visto em encontros de carros antigos também.
O AM4 vinha com o desejado motor a água, AP 1.8. Tinha essa característica marcante de usar lanternas do Monza Classic, interior muito luxuoso pra época, e custava um verdadeira fábula. O excelente blog Puma Classic fez uma bela publicação em 2013 contando mais detalhes do raro modelo. Vale a leitura.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Quatro meses depois da voltinha de Pontiac conversível que rendeu boas fotos, aproveitei mais uma saída pra tirar essa:
Esse magnífico casarão preservado é uma conhecida casa de festas da região, e naturalmente eu acho a coisa mais linda. Apesar de estar passando por lá à noite, aproveitei pra fazer o registro com a barca parada na porta.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Que coisa mais querida!
Sempre gostei desse Fiat 500 retrô. Quando foi lançada sua versão conversível, em 2012, gostei ainda mais. Nesse dia eu fui ao supermercado, vi e tirei as fotos. Quando eu voltava, chegou o condutor, eu puxei papo e ficamos conversando por um bom tempo, ele me mostrou o carro, disse que estava vendendo - conforme papel no vidro -, apesar de gostar muito, se bem me lembro porque vinha usando menos do que o ideal ultimamente.
A combinação cromática de carroceria em branco perolizado com a lona vermelha me agrada muito, especialmente com os bancos vermelhos e o painel em branco. Foi calçado com um jogo de rodinhas maiores e mais espertas. Primeiro emplacamento foi no estado de São Paulo.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Entrava na Ilha e eis que avistei esse pokémon à frente:
Um Mustang 65 conversível, sendo transportado em um caminhão-plataforma. Salvo engano já havia visto em encontros, mas não tenho certeza porque tem dois muito parecidos que eu sempre confundo. Essa cor que é um verde azulado ou azul esverdeado me agrada demais, sobretudo quando o interior acompanha, o que é o caso. Esse tem rodas raiadas e pneus com faixas brancas tipo "filete".
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
A poucos metros do Hyundai Excel estava esse conversível compacto alemão:
Apesar de ser baseado em um modelo mais simples da marca, é sempre legal quando um carro é conversível, é. Eu gostei especialmente da combinação cromática de carroceria branca com interior em couro vermelho e inclusive capota vermelha também. Tem engate para reboque. Pelas iniciais da placa, quando zero foi emplacado no estado de São Paulo.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
Estávamos nos últimos dias do ano de dois-mil-e-vinte-e-um, e, a exemplo desse Buick Electra 76, esse Pontiac Grand Ville 71 conversível também ficou conosco por um tempo. Achei que era o momento apropriado pra fazer uma espécie de ensaio dele, em alguns picos fotogênicos da minha área, a começar pela vista mais fotografada, na Praia do Quebra Coco:
Depois, no final da Praia da Bica, nesse edifício em ruínas, onde antigamente funcionava o Hotel Sunshine:
E, por último, em um trecho bucólico de uma rua, em que tem uma casa antiga e um terreno grande ao lado, com árvores, muito verde, galinhas, jabutis, coelhos e aquele maravilhoso clima rural:
A parte inconveniente é que justamente a capota estava com problema, e sairia daqui pra resolver. Andamos algumas vezes, até pro carro não ficar muito tempo parado na garagem, mas sempre de capota presa. Dava pra sentir a diferença que fazia o torque proporcionado pelo big block 455. Os Pontiac Grand Ville conversíveis já são raros em qualquer ano. Mas dentre os cinco anos em que foi disponibilizado (1971 a 1975), esse foi o que teve a produção mais baixa. Apenas 1.784 Pontiac Grand Ville conversíveis foram fabricados no ano de 1971, contrastando com um número muito maior de cupês (14.017) e sedãs (30.524) naquele mesmo ano.
Este exemplar específico tem motor 455, câmbio automático, ar-condicionado, direção hidráulica, os quatro vidros elétricos e ajuste elétrico dos bancos também. Cor Adriatic Blue com bancos e capota brancos. Bastante interessante, de vários pontos de vista. Pena que ficou só um tempo e depois foi-se.
Ilha do Governador, Rio de Janeiro - RJ.
