A contribuição, que já recebi há algum tempo, é rica em detalhes! Acompanhem as fotos e, em seguida, o texto!
"Em uma conversa com amigos, surgiu um tema polêmico. Alguns diziam que carro antigo era para ser usado aos fins-de-semana para dar uma voltinha no quarteirão, e outros diziam que era possível seu uso diário. Foi aí que o Engenheiro Wladimir teve a ideia de customizar um veículo antigo para uso diário e confrontar os que teimavam que carro antigo era simplesmente “decoração de garagem”.
Da paixão por sua primeira picape, uma Ford F150 V8 1994 preta, veio a inspiração: o antigo precisava ser uma picape da Ford com carroceria preta. A partir daí, foram definidas três metas para o projeto: veículo para uso no dia-a-dia, que suporte o trânsito da cidade de São Paulo; ter ergonomia e conforto de um carro de passeio e não de um utilitário da década de 60/70; apresentar um visual diferente, para chamar a atenção.
Para ser um carro do dia-a-dia, precisaria ter um motor confiável e econômico. Optou-se pelo motor 4 cilindros de 2,3 L em vez do 8 cilindros em “V”. Então, foi adquirida uma F100 1979 original de fábrica com o motor 2.3 OHC, porém seu câmbio e relação de diferencial originais visavam a força para carregar peso na caçamba. Portanto, foi providenciada a troca por um conjunto do Maverick GT4, que era voltado mais pra velocidade que pra força.
Para funcionar como novo, todo o conjunto mecânico foi retificado e teve suas peças substituídas por novas, foi adicionado o sistema de ignição eletrônica no lugar do platinado e carburador de corpo duplo, radiador reconstruído com colmeia de maior eficiência e com o dobro da espessura, embreagem nova, bem como rolamentos de rodas, freios, etc.
Mas só isso não bastava, pois o sistema elétrico também teria de estar novo, do contrário pode causar pane, deixando o carro no meio da rua e frustando o proprietário. Esta era a parte mais fácil, já que é a especialidade de empresa de Wladimir: todo o sistema elétrico foi substituído por um novo, com caixa de fusíveis em alumínio e chicote de fios novos, que estão escondidos no cofre do motor.
Quem já dirigiu um utilitário da década de 60/70 sabe que a ergonomia e o conforto, comparados aos dos carros atuais, está muito longe do ideal. Por isso, o banco inteiriço de molas foi substituído por bancos individuais reclináveis com espuma moderna, que além do trilho convencional possuem uma regulagem de altura e inclinação. Como o câmbio foi trocado pelo do Maverick devido ao seu menor curso de alavanca, teve sua haste inclinada, de modo que o motorista não precisa mais tirar as costas do encosto do banco para engatar as marchas à frente.
Outra característica negativa desses utilitários era a caixa de direção mecânica, que precisava de quase nove pesadas voltas no volante de batente a batente. Esta foi substituída por uma mais moderna, com assistência hidráulica e melhor relação, com pouco mais que três voltas de batente a batente. Mais itens de conforto também foram adicionados: vidros e travas elétricos, sistema de som mp3 e alarme por controle remoto.
Para melhorar a rolagem da carroceria, foi necessário baixar o CG (centro de gravidade) do veículo, e para isso a geometria da suspensão foi retrabalhada, baixando em mais de 10 cm a altura da picape e utilizando as molas e os amortecedores originais novos. A F100 já era macia, e o conforto era uma das premissas do projeto. Tudo isso aliado à troca dos pneus - que originalmente eram de uso misto (terra/asfalto) - por pneus largos de performance, transformaram totalmente o comportamento dinâmico da pick-up, principalmente nas curvas.
Para o visual, a ideia foi chamar a atenção no estilo 'clean' e não apelar para vários itens cromados, como de costume nos carros antigos. Para isso, foi empregada a grade dianteira da F100 1967 americana, pintada com um tom grafite, recebeu faróis com lente fumê e setas com iluminação por led. Na parte traseira, a caçamba teve sua tampa traseira modificada, o para-choque original foi trocado pelo modelo 'roll-pan' e instalada uma capota marítima totalmente lisa.
O revestimento dos bancos e laterais de portas foi feito sob medida, em couro caramelo com desenho inspirado nos bancos do Mustang da década de 60. Juntamente com o volante em alumínio e puxadores dos interruptores do painel da GasolineShop, completa a receita de um acabamento simples e bonito.
Só que todo carro antigo precisa chamar a atenção também pelo ronco do motor, e apesar de o propulsor ser um 4 cilindros, o som 'metálico' vindo do abafador não deixa nada a desejar.
Toda a reforma levou exatamente um ano, o que para muitos é um tempo recorde. Mas após a conclusão dos serviços executados, a picape foi encaminhada a um centro de inspeção veicular do Detran, homologado pelo Inmetro, onde foi submetida e aprovada em diversos testes.
Após alguns meses de uso, o Engenheiro Wladimir vendeu a Blazer V6 que utilizava diariamente e só utiliza a F100 como seu carro, tanto para viagens como para o dia-a-dia. A propósito, já rodou mais de 6.000 Km após o término da restauração..."
(texto devidamente editado e corrigido)
Parabéns a todos os envolvidos!
A picape pertence ao Wladimir Dias!
São Paulo - SP.
curti demais !
ResponderExcluirQue estilo interessante, gostei!
ResponderExcluirCaaramba, tão linda q parece até miniatura rsrsrsrsrs
ResponderExcluirLinda demais, né Ivor?
ResponderExcluirPerfeita, não mudaria um coisa nela
ResponderExcluir...Projeto Brasileiro com cara de Americano...
ResponderExcluirMuito chamativo!!
ResponderExcluir***Tive uma 77, exatamente igual, apenas os vidros eram G5 também.***
ResponderExcluirEssa vale uma foto...
ResponderExcluirCustomização de muito bom gosto. Parabéns ao proprietário !
ResponderExcluirEssevaleu!
ResponderExcluirja a vi na rua. acho que esta a venda, correto?
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