Outro que é conhecido de quem roda pelo bairro é esse Fusquinha 70:
Sempre pra lá e pra cá ou estacionado pelo mesmo local, é avistado por todo mundo, sobretudo por aqueles que gostam da brincadeira de bater no amiguinho sempre que passa um Fusca azul. Infelizmente por não ter vaga coberta, apresenta suas marcas de desgaste, amassados, mossas e alguns pontos de oxidação, além de não usar mais as calotas. A despeito disso, segue sua vida normalmente, com seus belos pneus diagonais e a placa preta que o enquadra como carro de coleção, com o ano de fabricação estampado, que é a cereja do bolo. Tem ainda persiana no vigia e luz de ré presa ao para-choque, acessório antigo. Pelas iniciais, algum dia já foi registrado no estado de São Paulo.
Santa Teresa, Rio de Janeiro - RJ.
Você é o tipo dos fotógrafos da revista Quatro Rodas nos anos 60/70 com flagras de lançamentos, segrêdos das fábricas. Na época eles fotografam carros que seriam lançados meses depois. Vamos supor da VW Brasília:
ResponderExcluirComeçou em março/1972 com uma Variant 1969 vermelha, usada como "mula", termo usado para significado de : protótipos das fábricas das marcas automotivas brasileiras na época. Ao perceber os sons de câmeras fotográficas, os funcionários arrancaram a "mula" da VW do pôsto onde o protótipo estava parado. Ops: não tinha caravela, 2/ 3 carros.
Teve até o da edição de maio de 1973, que o Nehemias Vassão (morreu em 2010) e o fotógrafo Claudio Laranjeira quase levaram tiros e foram parar na delegacia.
Leia como foi:Quem lê o título imagina se tratar de mais um escândalo político. De fato, foi um bafafá daqueles. Porém publicado nas páginas da revista Quatro rodas de maio de 1973 - e nos cadernos policiais. Brasília, no caso, era o nome do então futuro lançamento da Volkswagen. Segredo que a fábrica tentava esconder dos jornalistas a todo custo, “ainda que fosse debaixo de balas”, narra o fotógrafo Cláudio Larangeira, alvejado por tiros disparados pela segurança da Volkswagen enquanto capturava imagens do modelo batizado com o nome da jovem capital.
Após várias tentativas fracassadas, ele e o repórter Nehemias Vassão haviam recebido um ultimato da redação: a edição já estava pronta para a gráfica e eles só tinham mais um dia para encontrar o Brasília. “Naquele tempo, as montadoras não entregavam os segredos para as revistas. Flagrar um carro em pré-lançamento envolvia jornalismo quase investigativo”, conta, saudoso, Larangeira. “Por outro lado, era ditadura. E muitas das montadoras utilizavam militares do CPOR como seguranças. No caso da Volks, a segurança era chefiada por um tenente da reserva que se sentia acima da lei.”
Larangeira e Vassão acabaram selando sua sorte na estrada velha de Santos. “Vimos uma comitiva com vários carros, dentre os quais dois Brasílias”, lembra o fotógrafo. A perseguição durou alguns quilômetros até os seguranças da Volkswagen conseguirem parar o carro onde estavam. Larangeira só teve tempo de esconder dois filmes dentro dos sapatos antes de ouvir o primeiro tiro. “Os seguranças quebraram minha câmera. Ao olhar para a placa dianteira, vimos o furo de bala.”
Criada a confusão, logo chegou a polícia e foram todos para a delegacia. Larangeira teve tempo de entregar os filmes escondidos a um casal que viu a cena e pediu que entregassem o material na redação. No dia seguinte, enquanto a Volkswagen organizava um almoço para se desculpar pelo incidente, a publicação ia para a gráfica com as fotos inéditas do Brasília.
Sinceros agradecimentos pelas palavras!
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